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Gatilhos: Os emocionais

  • Foto do escritor: Stella Rebecchi
    Stella Rebecchi
  • 12 de fev.
  • 2 min de leitura
Gatilhos: Os emocionais

Gatilhos podem ser acionados por pessoas, palavras, sons, perfumes, visão, mil coisas. São aqueles que desencadeiam uma reação emocional intensa e excessiva dentro de nós. As mais corriqueiras, quando um gatilho é desencadeado, é a raiva, a tristeza, a ansiedade, o medo.


Em reuniões com alcoolistas, tenho ouvido que o gatilho que mais faz recair a jurada e sacramentada ideia de que “não bebo nunca mais” é a falta de amor. Tenho certeza de que é a base de tudo. Outro gatilho comum ocorre quando se volta a frequentar os mesmos lugares que se frequentava na época da “ativa”. O local, o som, as luzes, o cheiro, as pessoas, fatos ocorridos ali, até o banheiro, fica muito difícil segurar a onda. Até o barulho do gelo no copo e o estouro de uma rolha de champanhe. Se não estamos com a cabeça feita, é fácil recair.


Ver garrafas de bebidas lindas, rótulos flamejantes em prateleiras espelhadas, seja em casa, num bar ou restaurante, socorro! Viajando de férias... Ah... Estou longe de casa, de todos e de tudo, só uma dose, que mal faz? Depois paro outra vez. E lá se vai a promessa “juro não beber nunca mais”.


O pior são as dores, dores da solidão, do medo, da raiva, do cansaço, do desânimo, do desamor e do desrespeito por si. Dores… Quantas… Quando se pensa “sou uma merda mesmo, não tenho jeito, vou tomar só uma tacinha de vinho, ou um uisquinho”. Tudo no diminutivo amenizando o problema.


Gatilho de revólver eu puxo ou não. A escolha é minha. Mas quando o gatilho se mete em nossa vida, nossa alma amolece, nosso compromisso pode ir pro brejo e, como as ondas de Nazaré, em Portugal, trinta metros de altura nos engolem. Os gatilhos são muitos. Cada pessoa tem os seus. Portanto, é melhor fugir deles sempre que possível e estar sempre preparada para quando a onda aparecer.


Mas e os bons e felizes gatilhos? Aqueles aos quais devemos nos apegar para enfrentarmos os momentos duros da vida? Certamente são muitos.


Fiz um álbum de fotografias, físico e imaginário para recorrer, por exemplo. Criar gatilhos para a memória e reviver os melhores momentos passados, vividos e aproveitados durante a vida. Usar a criatividade e imaginação para ser a diretora e a produtora do filme que podemos fazer a partir de uma foto, de um cheiro, de uma música, de um lugar.


Quando não estamos apegados à nossa dor, que é bem comum, poderíamos escrever vários livros sobre esse abençoado gatilho. Escrever é uma saída e tanto! Desde que a gente não deixe aquele diabinho, morador inadimplente, permanecer no andar de cima do coração, esparramado pelo ombro esquerdo, falar mais alto, ditar regras, manipular e convencer nosso Eu, e ao morador do ombro direito, que sempre está em dia, soltando raios de luz de força e esperança.


Meu segredo: respirar, escrever, sorrir e orar.

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