Afastamento emocional e vida própria: caminhos para conviver com o doente alcoólico
- Stella Rebecchi

- 12 de fev.
- 2 min de leitura
Atualizado: 17 de fev.

São imensos os desafios e as dores enfrentadas por familiares ao conviver com uma pessoa querida que luta contra a dependência alcoólica. Uma estratégia vital para o maior bem-estar possível daqueles que moram na mesma casa que o doente alcoólico é o afastamento emocional. Mas o que significa isso?
Afastar-se emocionalmente não significa abandonar ou deixar de amar a pessoa portadora do alcoolismo. Pelo contrário, é uma maneira que os familiares encontram de se cuidarem para poderem oferecer um apoio mais saudável e consistente ao dependente químico. O afastamento emocional é a prática de separar as próprias emoções dos comportamentos imprevisíveis e destrutivos do doente alcoólico; é manter a vida social, o trabalho, as atividades que proporcionem prazer e relaxamento, para recarregar as energias.
Podem ter certeza de que o estresse constante de viver em função de um alcoólico leva a sérios problemas de saúde física, mental e espiritual para os familiares, como depressão, compulsão, ansiedade, descrença.
Cuidar de si mesmo não é egoísmo, é uma necessidade. Só podemos ajudar os outros quando estamos equilibrados. Se nos dedicarmos à nossa recuperação, conseguiremos parar com a respiração curta, a sensação de pavor, o coração à toda, insônia, pesadelos, distúrbios estomacais, falta de ar, suor, calafrios e muitos sentimentos mais.
Siga a boa e velha orientação que escutamos no avião: “Em caso de despressurização, coloque a máscara primeiro em você, depois em quem estiver a seu lado”. Tome nota e faça uma pequena reflexão como exercício: Que compromisso você assumiu com você mesmo, cumpriu e se sentiu bem? É uma forma simples de entrar em contato consigo mesmo e ir descobrindo caminhos que aliviam o peso do dia a dia.
Para conseguir dar os primeiros passos na direção de estabelecer limites claros e, assim, proteger a saúde mental das pessoas da casa, é preciso, antes de tudo, aceitar. Aceitar primeiro que o alcoolismo é uma doença. Aceitar que seu familiar é um alcoolista.
Entender que o problema do alcoolismo é complexo, que não é culpa de ninguém, e que só o alcoólico pode querer se recuperar.
Lembre-se: a recuperação da codependência é quando voltamos a rir, a nos divertir, a perceber que a vida é para ser vivida. Quando sentimos amor e gratidão por nós mesmos. E se o doente alcoólico resolveu se tratar e está tentando parar de beber, o apoio é fundamental, sempre com o afastamento emocional necessário.
Um ponto importante é a família do alcoólico participar de grupos de apoio como o Al-Anon, ou outros grupos com o mesmo propósito. Sozinhos, os familiares podem não conseguir sair dessa bolha de horror, perdendo um tempo precioso, desperdiçando momentos de paz e alegria que poderiam aprender a conquistar com a ajuda de outras famílias que estão passando pela mesma situação.






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